Um Senhor, retratado segundo os cânones seiscentistas.
O mesmo Senhor no século XXI.
Antiquário conceituado entre os antiquários do nosso país, desde muito cedo se interessou pelas peças antigas. Iniciou-se como colecionador de moedas e selos. Hoje é uma autoridade em arte sacra e faiança portuguesa. Discreto, irradia simpatia, sempre pronto a aprender e, principalmente, a partilhar o seu saber.
Estudante em Coimbra, " percorria os ferro velhos à procura de coisas antigas"1 gastando o dinheiro que os seus familiares lhe davam para as suas extravagâncias.
Já em Lisboa, percorria feiras e lojas de velharias, na ânsia de tudo observar, não fosse alguma peça valiosa escapar-lhe. Na Romeira, pequeno centro de antiquários, na Rua Castilho, juntava-se à tertúlia dos companheiros das mesmas lides e interesses, falando, admirando, desejando... Daí, por ser um local de pequenas lojas e dado que gostava de peças de maior envergadura, principalmente de arte sacra, passa para a Rua D. Pedro V, para o espaço conhecido por Galeria da Arcada, cujo nome manteve. O seu acesso fazia-se por um arco com imponentes portões de ferro, encimado pelo Brasão dos Castelo Branco. Chegando ao fundo, abria-se aos nossos olhos, uma vista magnífica sobre a colina do outro lado da Avenida.
Actualmente, a Galeria da Arcada, localiza-se do outro lado da mesma rua, no nº 49.
Imagem retirada da internet |
Assume-se totalmente apaixonado pela faiança portuguesa e desde cedo começou "a comprar sobretudo do séc. XVIII e XIX que aparecia em grande quantidade e a preços acessíveis. E a faiança atrai por várias razões: as formas, as cores, os desenhos. É um mundo!"2
Não é somente a sua paixão pelas antiguidades. São, outrossim, as histórias que lhes estão subjacentes. De onde vieram, a quem pertenceram, as devoções que inspiraram. É, também nas suas palavras, " um negócio de intimidade"3.
1/2/3 -Suplemento do Jornal "Primeiro de Janeiro", 28 Outubro de 2007, págs:16 e 17.
É bom irmos conhecendo estas figuras do comércio de antiguidades e do colecionismo. Os meus colegas do museu devoram catálogos de leilões e de antiquários, antigos e modernos, tentando reconstituir o historial de uma qualquer peça, em investigações, que são quase policiais.
ResponderEliminarInfelizmente conheço pouco esse mundo dos antiquários. Limito-me a encostar o nariz às vidraças das montras até as embaciar, cobiçando todas aquelas peças e admirando gosto com que elas são expostas. Aquelas imagens de vestir da prateleira superior, que se enxergam nas duas últimas fotografias, deixam-me de água na boca.
O meu mundo é mais o das feiras de velharias, o da procura de pequenos tesoiros naquelas bancas onde está tudo a um euro. Mas se tivesse mais dinheiro e uma casa maior, certamente o investiria em boas peças de arte sacra, mobiliário e faianças. Aliás, o meu problema com as antiguidades é que gosto de tudo, desde os desenhos, à escultura, passando pela prataria.
Gostei desta pequena homenagem que fez ao Dr. António Miranda. Certamente que se deve aprender muito com a sua experiência.
um abraço
Luís
ResponderEliminarGostei das suas palavras de apreço pela minha simples homenagem a uma pessoa que tudo merece. É um Senhor, simples e cativante, de abordagem fácil e sempre pronto a ajudar. A loja é um mundo que encanta e nos provoca o desejo de tudo ter(!!!). As imagens de roca que se podem ver são preciosas, principalmente o S. José.
Vale uma visita!
Um abraço
if
É muito raro apanhar imagens de vestir com os trajes da época e quando aparecem os tecidos estão num estado miserável.
ResponderEliminarAbraços