![]() |
Arquitectos Baltazar de Castro e João Vaz Martins Década de quarenta, século XX |
Memórias!
São imagens que, agrupadas nos álbuns de fotografias, contam histórias e relembram outras.
Há alguns dias, ao passar no Largo da Estefânia e ver as ruínas do que foi um centro de pequenas oficinas, vieram-me à memória as manhãs de domingo. Foi um ritual que se cumpriu durante alguns anos, aqueles que mediaram entre os meus seis e oito anos. O meu Pai levava-nos, a mim e aos meus irmãos, a uma garagem/oficina para mandar lavar o carro. Enquanto esperávamos, íamos a uma pastelaria perto, comer um bolo. Muitas dessas manhãs reunia-se connosco o arquitecto Baltazar de Castro, que trabalhava com o meu pai nos Monumentos Nacionais. Era uma figura sui generis. Distraído até mais não! Pedia um café que vinha num daqueles copos de vidro e encaixava num suporte de cortiça para não queimar a mão. Vertido o açúcar, mexia, lenta e concentradamente com a colher, tilintando, mas... do lado de fora da chávena. Eram momentos de glorioso riso, sufocado para não explodir em gargalhadas. A sua figura típica, com a boina basca colocada de lado, a voz nasalada, e distraidamente mexendo o seu café que continuava áspero e amargo, pois o açúcar formava uma pasta no fundo da chávena. De repente, dando conta da sua distracção, encolhia os ombros e colocava a colher dentro da chávena.
Era daquelas pessoas que enriquecem quem as conhece.
As fotografias, que estou a tentar organizar, revelam momentos de convivência, quando os dois, ele e o meu Pai, viajavam pelo país para a verificação das obras de restauro em curso.
Nasceu em Maio de 1891, na aldeia de Painzela, no concelho de Cabeceiras de Basto. Desde sempre vocacionado para a arquitectura e para as artes, vai desenvolver a sua carreira profissional ligado aos Monumentos Nacionais. Em 1936 é nomeado Director da Direcção dos Monumentos Nacionais, cargo que ocupa até 1948. Aposenta-se em 1955, como arquitecto inspector superior do Conselho de Obras Públicas.
Profundamente ligado ao restauro do património arquitectónico português, balizado entre 1920 e 1955, a sua acção desenvolveu-se um pouco por todo o país, prioritariamente no Norte, alargando a sua acção interventiva também às ilhas atlânticas e Índia Portuguesa. Ficou particularmente associado ao restauro de edifícios religiosos e militares medievais. Por via desta vertente, deslocou-se a Espanha, a fim de estudar monumentos românicos e visigóticos da mesma época. Entre outros, as igrejas pré-românicas de São Pedro de Lourosa, de S. Frutuoso de Montélios e de São Pedro de Balsemão.
Era daquelas pessoas que enriquecem quem as conhece.
As fotografias, que estou a tentar organizar, revelam momentos de convivência, quando os dois, ele e o meu Pai, viajavam pelo país para a verificação das obras de restauro em curso.
Profundamente ligado ao restauro do património arquitectónico português, balizado entre 1920 e 1955, a sua acção desenvolveu-se um pouco por todo o país, prioritariamente no Norte, alargando a sua acção interventiva também às ilhas atlânticas e Índia Portuguesa. Ficou particularmente associado ao restauro de edifícios religiosos e militares medievais. Por via desta vertente, deslocou-se a Espanha, a fim de estudar monumentos românicos e visigóticos da mesma época. Entre outros, as igrejas pré-românicas de São Pedro de Lourosa, de S. Frutuoso de Montélios e de São Pedro de Balsemão.
![]() |
Arquitectos Vaz Martins e Baltazar de Castro Castelo de Vide |
![]() |
Arquitectos Vaz Martins, Baltazar de Castro e outros técnicos Levada da Encumeada, Madeira |
![]() |
Arquitectos Vaz Martins e Baltazar de Castro Local desconhecido |