quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

O meu PAI

 


O meu Pai, no seu gabinete da DGEMN, onde fez toda a sua carreira de arquitecto ligado aos Monumentos Nacionais. Foi um distinto profissional, competente e sério, que punha o dever e a honra acima de tudo. Durante a sua carreira e pelo profissionalismo que sempre pautou toda a sua actividade, foi agraciado com duas condecorações, que guardo com carinho e, acima de tudo, com muito orgulho.
Hoje, ao ver papéis antigos deparei-me com um envelope e, lá dentro, o Menu do almoço oferecido pelo Rotary Club do Porto. Celebrava-se a entrega dos prémios escolares instituídos por aquele Club.  Teve lugar no Grande Hotel do Porto, no dia 11 de Dezembro de 1934.






Recebeu o seu prémio com a idade de 23 anos e, a representar a Escola de Belas Artes. esteve o seu director, professor Marques da Silva.
Até sempre, Meu Pai. Um beijo da tua filha que todos os dias te recorda.





terça-feira, 29 de dezembro de 2020

A Faiança Ratinha numa pintura de Júlio Silva

 




Esta pequena pintura de Júlio Adolfo César da Silva adquirida num leilão do Palácio do Correio Velho
representa uma composição na qual se destaca a Faiança Ratinha: um prato figurativo, um pucarinho e uma caneca, com a decoração e policromias que lhes são inerentes. 
Este pintor nasceu em Lisboa, no ano de 1872. Estudou na EBAL, tendo sido aluno de Veloso Salgado, no Curso Especial de Pintura Histórica. Expôs individual e colectivamente, tendo obra presente em vários museus como o Museu de Arte Contemporânea, Museu Soares dos Reis, Museu da Guarda e de Lagos,












sábado, 12 de dezembro de 2020

Natal 2020

 


Que os anjos candelários acendam as suas velas para que a Luz se estenda por todos Nós.

Um Santo Natal.

sábado, 21 de dezembro de 2019

Natal 2019

A "Sagrada Parentela", conjunto de reduzidas dimensões mas que comporta, em Si, todo o Bem do Mundo. Na sua singeleza transmite Paz e Alegria. A todos, um Santo Natal.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Um prato ratinho numa escavação arqueológica






Nas escavações arqueológicas as cerâmicas  são dos espólios mais frequentes que surgem, constituindo  elementos importantes e essenciais para um estudo económico e sociológico da época a que reportam, pois proporcionam bastas informações "acerca das sociedades que em cada época produziram e utilizaram estes objectos do quotidiano"1. Foi o que aconteceu  com um fragmento de um prato ratinho que, juntamente com outros, viu a luz do dia e da celebridade aquando de um acompanhamento 
N arqueológico de obra na Rua do Carmo, no Porto. (nº8 da Planta)
A Casa do Infante seleccionou-o como Peça do Mês, com o título "Prato de faiança popular", em Março de 2014.

"Itinerário da Faiança do Porto e de Gaia", Pág.121


Peças do conjunto recolhido junto do antigo Convento do Carmo, à Praça de Lisboa

Neste conjunto, para além de peças de louça brioso, percursoras da "louça ratinha de Coimbra"2,surgem outros fragmentos de argila vermelha, revestida com esmalte verde, de possível atribuição a fabrico de Aveiro.

Esta iniciativa vem realçar a importância das escavações arqueológicas para o estudo da faiança portuguesa.
Por casualidade, a Colecção de Faiança da Fundação Cargaleiro possui um exactamente igual, se bem que um pouco maior e em excelente estado de conservação. Figurou na Exposição "Cerâmica na Colecção da Fundação Manuel Cargaleiro", com o nº 42 de catálogo.



Ambas as peças se perfilam dentro dos espiralados, com a espiral central circunscrita por dois círculos concêntricos. A leveza da decoração está na cercadura, que se prolonga no espaço central, desenvolvendo-se por um entrelaçado de grinaldas, formadas por um cordão de pequenos círculos em verde, entrecuzados por filamentos ondulados, em manganés.
Folheando o catálogo do Palácio do Correio Velho, realizado em Março de 1996 sobre a colecção de faianças do Eng. Abecassis, deparamo-nos com um prato com decoração semelhante, sendo que as grinaldas são formadas por pequenos círculos. (Fila superior, segundo a contar da direita).


Catálogo PCV "Colecção de Faianças  Eng. José Abecassis", Pág.118

Para terminar esta breve análise de faiança ratinha, acrescenta-se um outro prato, que pertenceu às colecções do Cmdte Vilhena e, também, do Eng. Abecassis. Apresenta a mesma cercadura, repetindo-a no centro, em vez da espiral.





1- Paulo Dórdio, Ricardo Teixeira, Anabela Sá - "O recente contributo da arqueologia" in Itinerário da Faiança do Porto e Gaia, MNSR, Pág.119.
2- Paulo Dórdio, Ricardo Teixeira, Anabela Sá - "O recente contributo da arqueologia" in Itinerário da Faiança do Porto e Gaia, MNSR, Pág.155.









segunda-feira, 29 de abril de 2019

Igreja de S. Domingos de Benfica



No dia 5 de Abril realizámos uma visita de estudo à Igreja de N.Srª. do Rosário, anteriormente conhecida por Igreja Paroquial de S. Domingos de Benfica. Apesar do dia invernoso, foi um momento interessante, que nos deu a conhecer um conjunto de edifícios, o antigo convento dominicano, no qual a igreja se integra.
A fachada principal revela a sua simplicidade maneirista. Observa-se uma empena rematada por uma cruz, um portal flanqueado por pilastras e  uma janela que ilumina o interior. Na parte superior do portal são visíveis as armas da Ordem, bem como a data 1632, referente à sua edificacão.





A igreja apresenta uma planta em forma de cruz latina. A nave central, cortada por um transepto pouco definido, remata na capela - mor profunda, que se apresenta seccionada, originando deste modo um retro-coro, estando adossada a sacristia. 
Possui belissímos painéis azulejares figurativos, azuis e brancos, de autoria de José de Oliveira Bernardes, ,de uma beleza eterna, representando cenas das vidas de São Francisco e São Domingos, embelezam a capela-mor. Esta, de pequenas dimensões, mostra uma cobertura em caixotões de estuque pintado. Contém o altar e o retábulo-mor, de dupla face, de talha dourada e planta recta e três eixos definidos por seis colunas coríntias, sobre plintos em forma de paralelipípedo. Centralmente, cobertura em arco de volta perfeita, onde se destaca o sacrário, em forma de pequeno templo. Toda a talha é de autoria do mestre Jerónimo Correia.






Uma perspectiva do coro-alto, em madeira e ferro, de perfil curvo, com guarda vazada e acessos por escadas laterais.





A sacristia apresenta uma planta rectangular simples e as paredes divididas em dois planos, o superior com apainelados de madeira, integrando painéis pintados.
Lateralmente, dois arcazes de madeira, encimados por espaldar de apainelados, intercalados por espelhos.






Nos topos dos braços surgem as capelas retabulares dedicadas a Cristo Crucificado e a Nossa Senhora do Rosário, rodeadas por painéis azulejares co a representação de anjos sustentando festões floridos.


No retro-coro é-nos dado apreciar as paredes decoradas com estuques e cobertura com caixotões ornamentados com cartelas, também em estuque.
Aí se encontram o cadeiral, o orgão de tubos e o túmulo do Dr. João das Regras, talhado em mármore branco de Montelavar.